sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Como batizar Conferências e Conselhos? ( Renato Lima)

Como batizar Conferências e Conselhos?
Renato Lima

Uma pergunta recorrente chega sempre ao nosso conhecimento: na hora de dar nome a uma Conferência ou Conselho, como se deve agir? Que cuidados deve-se ter no momento do “batismo” de nossas unidades vicentinas? Por que, dentro da área
territorial de certos Conselhos Centrais, repetem-se os nomes das Conferências? Está faltando criatividade no seio vicentino?
A Regra da Sociedade de São Vicente de Paulo no Brasil, em seu artigo 10, diz claramente que as Conferências distinguem-se pelo título adotado, que pode ser nome de SANTOS e SANTAS, ou INVOCAÇÃO CATÓLICA. Servos de Deus e bem-aventurados, como ainda não são santos, não podem dar nome a Conferências e Conselhos. Também há um impedimento – óbvio – de usar os nomes “Antônio Frederico Ozanam” e “São Vicente de Paulo”, em atendimento a uma recomendação do Conselho Geral Internacional (artigo 10, parágrafo segundo).


Quando vamos batizar uma Conferência com nome de santo ou santa, os problemas parecem ser reduzidos, pois a chance de erro é pequena. Afinal, a Igreja possui cerca de 1.200 canonizados à disposição de nossas unidades vicentinas. O problema que acontece é a repetição de nomes como “São José”, “São João Batista” ou ainda “Santo Antônio”. Por que não damos preferência a santos vicentinos, como Santa Joana Beretta (consócia italiana), São Francisco Regis Clet (missionário lazarista da China) ou Santa Isabel Setor (religiosa vicentina dos Estados Unidos)?

É comum vermos nomes já bastante utilizados dentro de um mesmo Conselho Central, ainda que na área de Conselhos Particulares distintos, o que deveria ser evitado. Às vezes, encontramos três ou quatro Conferências com o mesmo nome dentro da área de um Central. É importante dizer também que os pedidos de Carta de Agregação com nomes fora dos padrões normativos deverão ser recusados, devendo a unidade vicentina trocar sua nomenclatura, fazer ajustes no livro de atas e reapresentar o pedido de agregação, sem essas falhas.

Os dicionários nos ensinam que invocação é uma “ação de chamar (invocar) por alguém”. É um chamamento, um pedido, uma súplica, um ato de piedade. Ou seja, quando invocamos o nome Nossa Senhora Rainha da Paz, estamos chamando a presença de Maria no meio de nós. Portanto, invocação católica é justamente este pedido de proteção divina. Alguns exemplos de invocação católica: Sagrado Coração de Jesus, Imaculado Coração de Maria, Imaculada Conceição, Divino Espírito Santo, Santíssima Trindade, entre outros.

No caso de Maria Santíssima, a Mãe de Jesus, são invocações católicas aquelas começadas por “Nossa Senhora”. Portanto, Nossa Senhora das Graças, Nossa Senhora da Abadia, Nossa Senhora da Esperança e Nossa Senhora da Purificação são, assim por dizer, invocações católicas. Existe uma forte repetição da invocação “Nossa Senhora Aparecida” dentro da SSVP, às vezes dentro do mesmo Conselho Central, o que deveria também ser evitado, sem cometermos nenhum desrespeito à padroeira do Brasil.

Já no caso dos Conselhos, o artigo 10 (em seu parágrafo primeiro) estabelece que estes se designam APENAS pelo nome do lugar onde funcionam, podendo este ser PRECEDIDO do nome de santo/santas ou invocação católica. Assim, estão corretos os exemplos: Conselho Central de Limeira-SP ou Conselho Central Nossa Senhora de Lourdes de Limeira-SP; Conselho Particular de Chapecó-SC ou Conselho Particular Santa Teresa de Calcutá de Chapecó-SC.
Como se percebe a partir da leitura desta crônica, não é complicado encontrar um nome para batizar as Conferências e Conselhos. Basta seguir as normas, o bom senso e ter atenção antes de se cometer um deslize, consultando vicentinos mais experientes. Depois de vários anos, é bastante constrangedor ter que mudar o nome de uma unidade vicentina, pois não foram tomados os devidos cuidados no momento de suas criações. Sugerimos que, antes de batizar uma Conferência ou Conselho, os vicentinos pesquisem nomes de santos e santas (entre eles muitos vicentinos) e de invocações católicas aceitas pela Igreja, com carinho, sem pressa e com esmero.

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